" Deus precisa do homem e o homem
precisa de Deus. Essa é a lei do círculo
abençoado do AUM ".
El Morya - Grande mestre da G.F.B.
As pesquisas atuais da ação da música sobre as plantas corroboram com os sábios ensinamentos dos antigos acerca do poder objetivo da música, e desaprova o ponto de vista contemporâneo, de natureza hedonístico e anárquico sobre a arte musical. Em suma, oferece uma base cientifica a partir da qual se pode defender a necessidade de uma ética músical. Os músicos modernos já não podem proclamar que a música é uma questão de "gosto", ou que ao músico deve ser concedido o direito de tocar o que bem entender.
Diz David Tame sobre o que constitui a música boa ou má. Ele diz que isto pode ser respondido com dez palavras apenas: "A música má dá morte, a boa música dá vida".
Sabendo-se que existe ação marcante da música sobre os seres biológicos em geral e sobre o ser humano em particular podemos indagar se isto foi usado com intencionalidades nas transformações da humanidade. Se as transformações motivadas pela música através do tempo foram decorrências aleatórias ou direcionadas; se algum tipo de interesse fez uso premeditado da música a fim de conseguir determinados fins. Na verdade podemos dizer que as duas condições sempre estiveram presentes caminhando juntas através do tempo.
Acreditavam os antigos que o uso do som era a mais poderosa de todas as chaves para abrir as portas dos estados mais elevados de consciência, bem como para efetuar mudanças práticas no mundo em geral. Atualmente, mesmo os aspirantes de conhecimentos transcendentais têm deixado a música um tanto de lado concentrando-se quase que exclusivamente no uso de técnicas silenciosas de meditação. A maior parte deles sabem apenas orar, cantar hinos, ou pronunciar umas poucas linhas impressas num livro. Não negamos que tudo isto tem valor, mas a música é bem mais eficiente e de prática mais fácil. Por esta razão é que a Ordem Pitagórica dá tanta ênfase à músicapor tratar-se de um meio mais adaptável à mente ocidental deixando de lado as pràticas de meditação orientais. A Ordem Pitagórica dedica maior atenção, aos números, à geometria, e à música. Estuda a música em todos os seus aspectos e um Iniciado maior sabe precisamente como usa-la música segundo cada necessidade.
Agora vale a seguinte indagação: É o ser humano que cria a música segundo a sua natureza, ou é a música criada que induz a natureza do homem? - Podemos dizer que as duas condições coexistem. O ser envolvido na negatividade compõe músicas e ritos negativos e vice-versa. Isto é uma condição inerente à afinidade indivíduo-música.
A música marca as mudanças do padrão da civilização, mas, por outro lado a civilização a escolhe de conformidade com o seu grau de desenvolvimento espiritual. Neste caso estamos rodando em círculo desde que uma coisa gera a outra. Então onde o agente motivador se faz sentir? - Na realidade há muitos interesses em interferir no curso do desenvolvimento espiritual através da música. A força negativa em atendimento aos seus propósitos não deixaria de fazer uso desse poderosíssimo meio de interferência, e é por isto que existe uma imensa quantidade de pessoas que fazem uso da música seja compondo-as, seja tocando-as, com a finalidade de interferir no desenvolvimento espiritual.
Aristóteles e Platão acreditavam que a música, assim como o grau de espiritualidade e outros traços do caráter do homem estão indissoluvelmente interligados e que por isto os estilos de música refletiam o nível de espiritualidade do homem. Diziam: "Só parecem separados à nossa limitada percepção pois em essência, estão unidos inseparavelmente, e nos reinos mais elevados do ser se reconhece que a compreensão musical e o entendimento espiritual são idênticos".[1]
A natureza negativa inspira os músicos a comporem melodias negativas, mas, da mesma maneira, o lado positivo da natureza age em sentido inverso. O compositor muitas vezes é aquilo que se pode chamar de "inocente útil", um ludibriado incapaz de perceber os meandros da serpente do mal e por isto acaba sendo o instrumento daquela força, fazendo pra ela aquilo que é impossível fazer diretamente. Em casos assim podemos dizer que não existe premeditação, intencionalidade direta do compositor, contudo existem muitos que fazem músicas negativas sabendo o que estão fazendo. Atualmente existem muitos compositores, assim como muitos escritores, que mantêm pactos satânicos conscientemente[2] com aquilo que estão envolvidos.
Mesmo um compositor que compõe musicas negativas sem perceberem o que estão fazendo ainda assim evidentemente trata-se de alguém envolvida com negatividade, pois não é muito fácil uma pessoa de vida espiritual elevada compor algo negativo desde que por certo ela não sente-se atraída por aqueles gêneros musicais. Os que compõem sem perceber claramente que estão trabalhando com a negatividade mesmo de alguma forma estão envolvidos com forças satânicas sob algum dos seus aspectos, em especial com drogas de indução negativa.
A natureza negativa no transcorrer dos séculos fez uso da música como incentivo a seus nefandos propósitos. As pessoas tendem a se mostrarem abertas aos sons e como conseqüências tornam-se sujeitas a influências psicológicas por eles exercidas, efeitos emocionais e mentais dos mais diversos tipos.
Desde os tempos mais remotos, pescadores, ceifeiros e outros trabalhadores costumam cantar em uníssono a fim de inspirarem-se e obterem maior rendimento no trabalho que estão desenvolvendo. Ainda hoje esse costume é comum em muitos lugares e mesmo em fábricas usam-se músicas através de receptores de rádio ou outros tipos de aparelhos de som visando o aumento de rendimento no trabalho.
Este período que a humanidade está atravessando tem se mostrado deveras complexo, um meio extremamente hostil ao desenvolvimento espiritual. Atravessa-lo incólume pode ser considerar um trabalho hercúleo, pois os incontáveis meios de difusão da cultura em geral estão eivados de atividades do aspecto negativo da natureza, e entre esses grande parte da música contemporânea.
Um aspecto da anarquia total da música contemporânea é o número crescente de músicos ávidos por demonstrarem que não há, e nem deve haver limites para a variedade de meios de produção de sons. Em outras palavras, indagam porque um músico deve ater-se ao velho violino, ao piano, ao trompete, etc. para produzir sons? Porque evitar a produzir novos sons? Em consonância com esse conceito tem acontecido que a produção de novos sons tem sido gigantesca, mas acontece é que os que assim pensam e os que ouvem tais sons ignoram totalmente o que eles podem determinar tanto na estrutura física quando no intelectos e consequentemente sobre a sociedade hodierna. Uma coisa podemos afirmar, a maior parte daqueles sons têm conotação negativa.
********************
Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.
email: thot@hotlink.com.br
--------------------------------------------------------------------------------
Notas:
[1] - Heline, Corinne, Música; The Keynote of Human Evolution, New Age Press, Santa Mônica.
[2] - Na realidade a palavra consciente não está sendo usada apropriadamente, pois uma pessoa conscientemente não pode se prestar a determinadas práticas. Usamos a palavra por não termos encontrada uma outra que expresse o que estamos querendo dizer.